Queridos internautas e curiosos da arte do pensar,

Sejam todos Bem Vindos (as) à primeira edição de nossa coluna OS DEVANEIOS DA MODERNA TEOLOGIA. Claro que o título é apenas uma provocação "amistosa".

Longe de mim, reles mortal, carregado de pecados, querer me Interpor sob a Teologia dos grandes eruditos e pensadores da questão Divina.

Nosso propósito - se é que podemos chamar assim - é apenas contribuir para o diálogo moderno sobre o tema.

Dito isto, Vamos ao que interessa.  Vamos começar falando sobre FÉ.

TENHA UMA BOA LEITURA!

No inverno de 1964, Kitty Genovese foi brutalmente assassinada em Nova York. Trinta e oito pessoas ouviram ou viram partes do crime. Nenhuma ligou para a polícia. Nenhuma desceu para ajudar.

Quando o caso foi parar nos jornais, a cidade inteira se perguntou como uma comunidade inteira pôde assistir, da janela, à morte de alguém sem mover um dedo.
A psicologia batizou o fenômeno: by-stander effect (efeito espectador). Quanto mais pessoas estão presentes diante de uma tragédia, menor é a probabilidade de alguém agir. Todos esperam que “o outro” faça alguma coisa.

Avançamos sessenta anos. Temos mais informação, mais tecnologia, mais redes de contato do que qualquer geração antes de nós. E, paradoxalmente, estamos mais paralisados. Mais espectadores. Mais terceirizadores da responsabilidade .

Hannah Arendt chamaria isso de “ banalidade do mal”: não é preciso ser perverso para fazer parte da destruição; basta ser passivo.

A fé, nesse contexto, tornou-se um álibi sofisticado para a inércia. Espera-se que Deus aja sozinho, como se fosse um mágico de emergência . Mas a história da espiritualidade, seja na tradição cristã ou em outras, mostra outro padrão: Deus , se existe, ( e Creio piamente que existe) sempre atuou pelas mãos de pessoas .

Aristóteles, ao falar sobre a virtude, já defendia que a ética não é um pensamento, mas um hábito.  Não adianta só pensar em ajudar, em servir... Tem que agir.

E aqui vale lembrar a parábola do Bom Samaritano (Lucas 10:25–37): dois homens religiosos (o raça  terrível! De bíblia debaixo do braço, condenam, criticam, julgam, mas na hora de agir, não fazem nada!!!) viram o ferido na estrada e passaram ao largo. Só um estrangeiro, socialmente desprezado, parou, cuidou e investiu no desconhecido. Tiago , no Novo Testamento, resume o ponto com brutal clareza: “Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tiago 2:17).

O problema é aritmético:
1. Deus atua por meio de pessoas.
2. Há cada vez menos pessoas dispostas a se deixar usar.
3. Logo, Deus atua pouco — ou nada — em sua vida.

Isso não é uma questão de misticismo, mas de física social. Quando uma pessoa se move para ajudar, ela gera uma onda — como uma pedra jogada no lago. Essa energia não é apenas metafórica: estudos em psicologia social mostram que gestos altruístas são contagiosos. Uma atitude compassiva aumenta a probabilidade de que outros ajam da mesma forma, criando um ecossistema de reciprocidade.

Mas o contrário também é verdadeiro: a apatia é igualmente contagiosa. A geração que se acostuma a passar vídeos de tragédias no Instagram sem sequer chamar ajuda está educando o próprio cérebro para não reagir. Viktor Frankl, sobrevivente de campos de concentração nazistas, dizia que o sentido da vida só se encontra quando deixamos de olhar para nós mesmos e nos colocamos a serviço de algo ou alguém maior.

Deus age por meio de nós* . Quando cruzamos os braços, não é o céu que está em silêncio: somos nós que fechamos a porta.

As histórias da Bíblia, da filosofia e da vida real repetem o mesmo aviso: não espere que caia do céu o que Deus decidiu colocar nas mãos humanas . Quem se permite ser usado cria pontes, oportunidades e soluções. Quem não se permite... cria desculpas.

O resto é apenas retórica piedosa para justificar a covardia.

Doeu aí? Então algo precisa mudar.

Lindo dia! Bençãos do Eterno!

E... Como te ajudo hoje?