Novas contradições no caso do feminicídio em BH
Família contesta versão oficial sobre policial penal e cobra transparência do Estado
O assassinato de Priscila Azevedo Mundim, 46 anos, em Belo Horizonte, segue cercado de contradições.
Enquanto a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) sustenta que o policial penal Rodrigo Caldas, 45 anos,
estava afastado desde janeiro de 2024 por motivos psiquiátricos, familiares e colegas apontam outra realidade.
Segundo o cunhado da vítima, Rodrigo dizia trabalhar normalmente e até comentava com orgulho sua participação em casos de grande repercussão na capital.
Já outras fontes da Polícia Penal garantem que o agente estava em férias-prêmio, e não afastado por problemas de saúde mental.
Essa divergência abre espaço para um debate incômodo: afinal, o Estado perdeu o controle sobre a condição funcional de seus servidores ou tenta minimizar falhas internas após o crime?
Clima de indignação no velório
No velório de Priscila, realizado neste domingo (17/08) no Cemitério Parque da Colina, a dor da família deu lugar também à revolta.
Entre lágrimas e abraços, a principal cobrança era de transparência.
Amigos próximos relatam que Priscila já havia demonstrado preocupação com o comportamento instável do namorado,
mas não imaginavam que a relação terminaria em tragédia.
Pressão sobre a Polícia Penal
O caso repercute dentro da categoria, que nos últimos meses já enfrentou crises envolvendo superlotação de presídios,
greves veladas e até casos de agentes envolvidos em crimes violentos.
Agora, a pergunta que ecoa é: o feminicídio poderia ter sido evitado se o afastamento fosse
real e monitorado?
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