Moradores do Barreiro foram às ruas neste sábado (30) contra a decisão do governo de Minas de transferir o Hospital Eduardo de Menezes para o futuro Complexo Hospitalar Padre Eustáquio (HoPE), na Gameleira. O ato foi organizado pelo coletivo Barreiro em Movimento (BEM) e reuniu moradores preocupados com o impacto da medida no acesso à saúde.

Com mais de 300 mil habitantes, o Barreiro é uma das regiões mais populosas da capital e será diretamente atingido. O Eduardo de Menezes, referência em infectologia, é responsável por atendimentos especializados e hoje funciona como suporte essencial à rede de saúde. A transferência significará para os moradores um deslocamento de ao menos 40 minutos, com baldeação em dois ônibus, até chegar ao novo complexo.

Além do Eduardo de Menezes, a Maternidade Odette Valadares, o Hospital Alberto Cavalcanti e o Hospital Infantil João Paulo II — este último já com UTI fechada — também terão suas atividades levadas para o HoPE. Na prática, será o fim das unidades físicas atuais, o que a comunidade classifica como um retrocesso na descentralização da saúde pública.

“É inadmissível que essa  estrutura do Eduardo de Menezes não seja utilizada para internar os pacientes que aguardam dias por uma vaga na UPA Barreiro”, afirmou Dilson José, membro da Pastoral Afora da Paróquia Cristo Redentor.

Durante o protesto, moradores também denunciaram as condições precárias do Hospital Júlia Kubitschek, que sofre com problemas estruturais e superlotação.

Para os manifestantes, a política do governo Romeu Zema — conhecido por pregar eficiência e modernização — tem se mostrado eficiente apenas em centralizar serviços e dificultar o acesso da população mais pobre.