Seja bem-vindo
Belo Horizonte,06/09/2025

  • A +
  • A -
Publicidade

Mães, pais e profissionais de saúde protestaram contra o fechamento do maior pronto atendimento pediátrico de MG

Manifestação aconteceu nesta manhã em frente ao Hospital Infantil João Paulo II, que também está com a UTI fechada desde o último dia 22

Mães, pais e profissionais da saúde protestaram na manhã desta quarta (3) contra o fechamento do Pronto Atendimento do Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII). A unidade está ameaçada diante da construção do Complexo Hospitalar Padre Eustáquio (HoPE), proposto pelo governo Zema. A transferência do Hospital João Paulo II para o HoPE poderá levar ao fechamento do Pronto Atendimento da unidade, porque o novo hospital não  será de “porta aberta”. Conforme documentos oficiais, “para o Complexo Hospitalar foi definido que o HIJPII não irá realizar os atendimentos de pronto atendimento classificados como serviços de menor complexidade. Assim, ratifica-se que o hospital não é “porta aberta”, seu atendimento é voltado exclusivamente para atendimentos regulados (via Central de Regulação de Leitos ou Central de Regulação do SAMU) e egressos do hospital”

Em 2024, o HIJPII atendeu  64.907 crianças mineiras. Os pacientes de BH somaram mais da metade dos atendimentos, um total de 37.939 crianças, deste total 26.693 foram de Pronto Atendimento. Além do volume, a capilaridade do Hospital também é significativa e demonstra a importância da unidade para todo o estado. Em 2024, o João Paulo II atendeu crianças de 530 municípios mineiros. 

Rafaela de Souza é mãe de uma criança atípica de 1 ano e 2 meses. A filha faz todo o tratamento que é necessário na unidade, com atendimento especializado em diversas áreas como fisioterapia. “Eu cheguei aqui muito desesperançosa depois do diagnóstico [de nanismo] da Hadassa, mas graças a Deus e aos profissionais, esse hospital se tornou um abrigo para nós”. Rafaela relata que em experiências de atendimento particular, além do altíssimo custo, foi destratada e não ficou satisfeita com o serviço. “Eles perderam até o histórico hospitalar da minha filha”, detalha. 

A mãe conta ainda que em uma internação de emergência por bronquiolite, os profissionais do HIJPII não cessaram até desvendar todo o diagnóstico da filha. “Ela já tinha sido tratada, mas continuava com a respiração estranha. Eles não pararam até descobrir o que era, aí foi diagnosticado a laringomalácia e lá mesmo já deram continuidade no tratamento”, explica. “Me dá uma tristeza profunda e um desespero em saber que talvez a gente não possa mais contar com esse espaço”, desabafa angustiada. 

Sobre o impasse, a FHEMIG argumenta que não seria sua função prestar atendimentos pediátricos de baixa complexidade, apontando que a Prefeitura de Belo Horizonte deveria assumir essa função abrindo um novo Pronto Atendimento Pediátrico na região, junto à UPA Centro-Sul. Já a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, esclareceu - via pedido de informação da Câmara Municipal de BH, requerido pelo vereador Bruno Pedralva - que a pasta não tem condições de absorver o atendimento prestado pelo João Paulo II. 

Diante disso, o parlamentar indaga qual será o futuro dos pacientes, sobretudo das crianças e adolescentes da regional Centro-Sul que possuem apenas o Pronto Atendimento do HIJPII como opção para casos de urgência pediátrica. “Fechar o maior e melhor pronto atendimento pediátrico de Minas Gerais, vai representar um crime contra o direito à saúde das crianças e suas famílias”, aponta. “Vou lutar para que durante a tramitação da cessão do terreno de BH para o HoPE, consigamos garantir como contrapartida do governo de Minas Gerais o compromisso de manutenção  do Pronto Atendimento do João Paulo”, reforça o vereador que também é médico da rede SUS de BH.

Outra preocupação apontada na manifestação, foi a transferência de pacientes da UTI, já que há quinze dias a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital João Paulo II está fechada. O encerramento da UTI é justificado pelo governo de Minas Gerais como algo pontual, motivado por obras no local. No entanto, o processo vivenciado pelo João Paulo II é o mesmo enfrentado no Hospital Maria Amélia Lins (HMAL). Desde o começo do ano, a unidade está fechada sob a mesma alegação, o que tem impedindo a realização de cerca de 2.000 mil cirurgias ortopédicas. No entanto, ao longo da execução da obra a FHEMIG apresentou uma ação para terceirização do hospital.




MAIS FOTOS



COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.